Você costuma usar caminhonete para o transporte de carga? Saiba que no Brasil existem regras para o transporte correto em picapes, como limite para ultrapassar a altura do teto, por exemplo.
O transporte de carga tem de ser feito com segurança, ainda mais, se utiliza as utilitárias só para isso. Vamos ver como transportar corretamente nesses veículos, sem ser multado ou correr riscos como vemos casos por aí.
CNH correta para cada tipo de picape
Hoje, temos diversos tipos de picapes que podem levar carga. Nos Estados Unidos, por exemplo, o transporte de carga em caminhonetes não exige uma CNH profissional, e é muito comum vermos grandes utilitárias levando carga.
Porém, as picapes que são utilizadas por lá para o transporte de carga sem a habilitação profissional são modelos como Dodge Ram 5500 e Chevrolet Silverado 6500 que precisam da categoria C para serem conduzidas no Brasil.
Aqui, as categorias de CNH para dirigir cada tipo de caminhonete variam conforme o Peso Bruto Total (PBT) do veículo. Para picapes pequenas como uma Montana de cabine simples ou uma Courier que tem o PBT até 3.500kg a categoria é B.
Agora picapes maiores que ultrapassam 3.500kg, como alguns modelos da Dodge Ram ou Chevrolet, a categoria é C.
A categoria E é possível que não se enquadre nesses casos, pois são para veículos combinados de cargas ou que ultrapassem a 6.000kg. Nas picapes, é como se a própria utilitária fosse um cavalo mecânico, o que não é comum aqui no Brasil.
Basicamente, o Peso Bruto Total já define o limite de peso que aquela picape pode carregar, isso ajuda tanto em como fazer o transporte de carga correto, como definir sua categoria de CNH.
O cálculo do número do Peso Bruto Total é feito através da soma do peso do veículo + peso da carroceria + peso da carga. Essas picapes são consideradas mini caminhões, então é importante considerarmos as regras do Contran (Conselho de Trânsito), quando o foco é transportar cargas com esses veículos.
O que eu devo considerar ao transportar cargas em picapes?
Quando se trata do transporte de carga não tem limitação quanto ao produto carregado, desde que não ultrapasse os limites permitidos e não seja levado pessoas. Ou seja, qualquer coisa pode ser transportada na caçamba de uma picape, incluindo animais em caixas.
Quanto ao peso, para saber o limite de quanto o veículo suporta é importante consultar o manual do carro. O automóvel também tem uma etiqueta com o nome “lotação”, lá terá informações do PBT que será importante na hora de carregar sua carga.
Medidas permitidas:
Segundo a Resolução 955/2022 do Contran, ao transportar a carga no teto da cabine, a altura máxima é de 50 cm a partir do teto, já considerando a altura do suporte (caso haja).
Além disso, a carga também não pode exceder o comprimento da carroceria em sua dianteira, ou seja, não pode ultrapassar a frente do veículo. O mesmo vale para a largura da carroceria que não pode ser ultrapassada.
Já quanto a altura de cargas transportadas no compartimento de carga da picape, a medida a partir do plano de apoio das rodas, está limitada a duas vezes a largura do veículo, respeitados os limites máximos previstos no caput da resolução.
O comprimento do balanço traseiro não pode exceder a 60% do valor do entre-eixos. O transporte em picape que exceder os limites pode gerar multa grave de R$195,23 e cinco pontos na carteira.
As medidas máximas permitidas para veículos (com ou sem carga) são de 4,40 m de altura e 2,60 m de largura.
Vale lembrar que se precisar transportar carga que exceda a parte traseira da picape durante a noite, para evitar colisões traseiras será preciso sinalizar com refletores e luz vermelha.
Caçamba aberta
É possível fazer o transporte de carga com a tampa da caçamba aberta, desde que esteja identificada com a terceira placa e tenha iluminação auxiliar. Entretanto, apenas objetos indivisíveis podem ser transportados, como bicicletas, motos ou escadas.
Fixação da carga
Lembrando que a carga tem de estar devidamente acomodada em cima da caçamba, sem arrastrar, além do risco de causar um acidente. O que muitos fazem para maior segurança e dirigibilidade, é carregar a parte mais pesada sempre à frente do eixo traseiro, o mais próximo que possa da cabine.
Para prender, utilize os ganchos de fixação ao redor da caçamba, nelas é possível usar equipamentos como cintas com catracas, cordas, caixas de transporte, entre outros.
Os caminhoneiros geralmente conhecem truques para amarrar a carga com cordas, como o nó de caminhoneiro, conhecido como nó carioca ou nó de carreteiro, que são formas de nós seguros e fáceis de desfazer.
Para aqueles que não tem a habilidade da profissão, vale usar cordas próprias para amarrar a carga ou equipamentos como extensores elásticos com ganchos que sejam mais práticos na amarração.
Quanto ao transporte de grãos, como areia, não tem restrições, desde que seja feita de forma segura. O ideal é transportar ensacado, ou se for diretamente na caçamba, com uma lona para não voar nos outros usuários da via. Para esse e outros tipos de carga, é importante seguir o peso máximo da capacidade, isso garante a segurança de todos e não sobrecarrega o veículo.
Para o transporte de carga toda picape é válida?
A Ford explica que na hora de escolher uma picape, o motorista deve primeiro considerar a categoria da CNH. Após isso, é preciso considerar um veículo que atenda à demanda de acordo com o porte, capacidade de carga, custo de manutenção, etc.
Quanto ao PBT, ao ultrapassar 3.500 kg, a Ford reforça que é necessário a mudança da categoria da habilitação. Nessa situação, é melhor buscar otimizar a relação entre PBT e capacidade de carga, visto que não é comum o uso de veículos mais pesados em locais de difícil acesso, sendo então caminhonete a melhor opção para essa condição.
Já o volume da carga a ser transportado também é um item que deve ser considerado. Um exemplo, são as picapes, que oferecem maior espaço para carga na caçamba. Contudo, se houver necessidade de transportar volumes grandes, a escolha certa seria um furgão ou chassi implementado com baú, explica a Ford.
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Por Thaís Corrêa
Filha de caminhoneiro, recém-formada em jornalismo, resolveu usar a comunicação para manter a classe bem informada e, com isso, formar novas gerações de motoristas profissionais cada vez melhores para o futuro do país.