segunda-feira, abril 29, 2024

Transporte de Cargas: Veja o que os caminhoneiros precisam saber

O transporte rodoviário é o principal responsável pelo deslocamento da carga no Brasil. Em torno de 65% de tudo que é produzido no País passa pelo famoso “tapetão preto”. Uma boa justificativa para a característica está no fato de a nação ter a quinta maior área territorial e a quarta maior extensão do mundo. Difícil construir trem em tanto espaço. 

Logo, em um País com dimensões continentais, o transporte rodoviário é o principal modal utilizado. As cargas mais transportadas são as de produtos que atendem às necessidades indispensáveis à população. 

Com isso, os congelados estão entre os itens mais levados pelos caminhões, seguidos pela carga viva. Se o alimento está nas duas primeiras posições, os grandes volumes aparecem na terceira, afinal, eles fazem parte da cadeia da infraestrutura para manter a indústria funcionando. 

Arroz, combustível, móveis, aves vivas… são tantos os tipos de cargas possíveis que muita gente fica na dúvida de quais são as diferenças de cada transporte, que qualificações são necessárias para cada carga, qual tipo de caminhão é o melhor e tantas outras dúvidas. Por isso, preparamos esse material completo com tudo que os caminhoneiros precisam saber sobre o transporte. 

O que é o transporte de carga? 

O transporte de carga é o deslocamento físico de mercadorias entre diferentes locais. Esse processo é essencial para o comércio e para economia de um país. As modalidades do transporte de carga são: rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo. 

Cada modalidade atende a diferentes necessidades logísticas. O transporte rodoviário, com caminhões, é amplamente utilizado para distâncias curtas e médias. O ferroviário destaca-se pela eficiência no transporte de grandes volumes a longas distâncias. O transporte marítimo é crucial para o comércio global, enquanto o aéreo é ideal para envios rápidos. 

O transporte multimodal combina diferentes modos e otimiza a eficiência. A escolha do modo depende de fatores como distância, tipo de carga e urgência, desempenhando um papel vital na cadeia de suprimentos e na conectividade econômica. 

Como funciona o transporte de carga?  

Há no transporte de carga uma série de etapas e processos que garantem o transporte de forma eficiente. Veja como funciona cada uma:

 

  • Coleta e Consolidação: As mercadorias são coletadas por meio de distribuidores, fabricantes ou armazéns. Em alguns casos, as cargas podem ser consolidadas, combinando várias remessas em um único transporte para otimizar o espaço e reduzir os custos.

 

  • Embalagem: As mercadorias são embaladas de maneira adequada para proteger contra danos durante o transporte. Em alguns casos, precisam atender a requisitos específicos de transporte, como acondicionamento especial para produtos perecíveis.

 

  • Documentação: É importante verificar todos os documentos necessários, como notas fiscais, guias de transporte, faturas e documentos aduaneiros, dependendo do tipo de transporte e da natureza das mercadorias.

 

  • Modo de Transporte: Com base na urgência, tipo de carga, distância e outros fatores, é escolhido o modo de transporte mais adequado, como rodoviário, ferroviário, marítimo, aéreo ou uma combinação desses (multimodal).

 

  • Carregamento: As mercadorias são carregadas nos meios de transporte escolhidos, seja em contêineres, paletes ou de outra forma apropriada para o modo de transporte selecionado.

 

  • Rastreamento: O transporte de carga moderno envolve sistemas de rastreamento e monitoramento para acompanhar o progresso da carga em tempo real. Isso ajuda na gestão logística e fornece informações aos clientes sobre o status de suas remessas.

 

  • Trâmites Aduaneiros: Em transportes internacionais, a carga pode passar por procedimentos aduaneiros, incluindo inspeções e processos de liberação alfandegária.

 

  • Descarregamento: Ao chegar ao destino, as mercadorias são descarregadas e, se necessário, desconsolidadas para serem entregues aos destinatários finais.

 

  • Entrega Final: As mercadorias são entregues ao destinatário final, seja um armazém, uma loja ou diretamente ao consumidor, completando o ciclo do transporte de carga. 

Cada uma dessas etapas é crucial para garantir a eficiência do transporte de carga, contribuindo para a funcionalidade eficaz das cadeias de suprimentos. 

Quais as principais regras para transporte de cargas rodoviárias? 

A lei que regulamenta o transporte de cargas é a nº 11.442/2007. Ela define que cooperativas de transporte, transportadoras ou caminhoneiros autônomos registrados na ANTT, seja como agregados (vinculados a uma empresa com remuneração fixa) ou independentes (recebendo por frete realizado) , podem realizar o transporte de cargas. 

Também é essa lei que define quais são as responsabilidades em torno das cargas, seja na segurança, no estado das entregas ou até mesmo no caso de um sinistro. 

Além disso, há a Resolução ANTT nº 5.232/2016 que regulamenta o transporte rodoviário de cargas. Essa resolução especifica os requisitos para o cadastramento de transportadoras e a contratação de transportadores autônomos. 

Logo, existem algumas regras específicas para cada tipo de carga. Porém, dentro do transporte rodoviário, existem algumas que servem para todos os tipos de categorias.

 

Regras gerais:

  • Limite do Peso Bruto Total (PBT): Essa regra estabelece limites de peso para veículos, considerando o peso da carga e do próprio veículo. Esses limites são definidos pela Resolução 882 do Contran. Tudo que estiver fora dos padrões estabelecidos por essa resolução exige uma AET, Autorização Especial de Transporte; 
  • Dimensões Máximas do caminhão: Define as dimensões máximas permitidas para os veículos, abrangendo comprimento, largura e altura. Esses limites também podem ser encontrados na Resolução 882. Além disso, a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) homologou diversos tipos de combinações de veículos de cargas através da Portaria 286
  • Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC): Instituído pela Lei nº 11.442/2007, o documento é obrigatório para condutores e empresas de transporte rodoviário de carga, visando o controle e fiscalização da atividade; 
  • Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e): Documento fiscal eletrônico utilizado para registro das operações de transporte interestadual e intermunicipal; 
  • Placas de Identificação específicas: Veículos de carga devem exibir placas de identificação específicas, indicando o tipo de carga que estão transportando, se é perigosa, além de outras informações. 
  • Código Identificador da Operação de Transporte (CIOT): É utilizado para identificar as operações de transporte e intermediários, promovendo a rastreabilidade e transparência.  

Respeitar limites de peso e dimensões  

Os veículos devem respeitar limites de peso bruto total (PBT) e dimensões estabelecidos pela legislação. O excesso de carga ou dimensões irregulares podem resultar em multas e apreensão do veículo. 

Documentação Completa 

Os caminhoneiros devem possuir a documentação legal adequada, como Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) e Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC). A habilitação também deve estar de acordo com a categoria de veículo e carga transportada. 

O transporte de carga requer a emissão de documentos fiscais, como conhecimento de transporte eletrônico (CT-e) ou nota fiscal eletrônica (NF-e), para comprovação fiscal e controle.

Carteira de Habilitação Específica 

Em muitos lugares, você precisará de uma categoria específica na sua carteira de motorista para poder dirigir um caminhão. Essa categoria pode variar de acordo com o peso e tipo do veículo. 

Curso de Formação

Alguns países exigem que os motoristas de caminhão passem por um curso de formação específico antes de obterem a licença. Esse curso pode abranger aspectos práticos e teóricos relacionados à condução de caminhões.

Exames Médicos: 

Exames médicos podem ser necessários para garantir que você está em boas condições de saúde para dirigir um veículo comercial. 

Certificação de Transporte de Cargas Perigosas: 

Se você estiver transportando cargas perigosas, poderá precisar de uma certificação adicional. 

Registros de Condução: 

Em alguns lugares, é necessário ter um histórico de condução limpo, sem infrações graves. 

Documentação do Veículo: 

Além da sua própria documentação, é importante garantir que o caminhão esteja devidamente registrado, licenciado e em conformidade com as regulamentações locais. 

Seguro de Responsabilidade Civil: 

Em muitos lugares, é obrigatório ter um seguro de responsabilidade civil para cobrir danos a terceiros em caso de acidente. 

Autorizações Específicas: 

Dependendo do tipo de carga ou do tipo de veículo, você pode precisar de autorizações específicas. 

Os veículos devem exibir placas de identificação e informações sobre a carga transportada, conforme exigido pela legislação e o transporte de certos tipos de carga, como produtos perigosos, exige licenças e autorizações especiais. 

Segurança da Carga

 O transportador deve garantir que as mercadorias estejam devidamente acondicionadas e fixadas para garantir a segurança durante o transporte. Existem normas específicas para o transporte de produtos perigosos e cargas especiais. 

Já com relação ao Seguro de Carga, os transportadores são obrigados a ter um seguro de responsabilidade civil para cobrir eventuais danos causados às mercadorias transportadas. 

Regulamentação aduaneira 

A regulamentação aduaneira para cargas terrestres abrange procedimentos e normas para o transporte de mercadorias entre fronteiras por via terrestre. Envolve documentação como conhecimento de transporte internacional, despacho aduaneiro, classificação tarifária e pagamento de impostos. 

Inspeções aduaneiras podem ser realizadas para verificar a conformidade das mercadorias. Certificados e licenças específicas podem ser exigidos para certos produtos. Protocolos de segurança, como selagem de contêineres, visam garantir a integridade das cargas. Sistemas eletrônicos de aduana são comuns para facilitar a transmissão de documentos. 

Convenções e acordos internacionais também influenciam o transporte terrestre entre países. Cumprir essas regulamentações é essencial para evitar atrasos e penalidades, garantindo uma movimentação eficiente e legal de mercadorias entre fronteiras terrestres.

Quais os tipos de cargas que podem ser transportadas por caminhões?

Caminhões são veículos versáteis e são utilizados para transportar uma ampla variedade de cargas. Dentre os tipos comuns estão produtos agrícolas como grãos, frutas e carne, cargas gerais incluindo itens manufaturados e bens de consumo, materiais de construção como areia e madeira, produtos químicos e cargas perigosas, combustíveis líquidos como gasolina e diesel, minerais e metais, equipamentos pesados e maquinaria industrial, resíduos e entulho, veículos novos e avariados, produtos perigosos que requerem cuidados especiais no transporte, e cargas secas a granel como grãos e açúcar. 

A versatilidade coloca os caminhões em um patamar fundamental para a logística e distribuição eficiente em diversas frentes da indústria. 

Os tipos de carga que um caminhão pode carregar:  

Transporte de cargas especiais 

Refere-se ao deslocamento de mercadorias que precisam de precauções adicionais durante o transporte. Essas cargas, geralmente apresentam dimensões, pesos, formatos ou características que as diferenciam das cargas convencionais. 

Alguns exemplos de cargas especiais são as cargas superdimensionadas (que ultrapassam as dimensões regulamentares, como estruturas de grandes proporções, equipamentos pesados, ou peças que excedem os limites padrão de largura, altura ou comprimento), produtos perigosos, maquinaria especializada (equipamentos industriais) e indivisíveis (itens que, devido ao tamanho ou peso, não podem ser divididos para transporte convencional). 

O transporte de cargas especiais envolve procedimentos específicos, como a obtenção de licenças e autorizações especiais, escolta durante o trajeto, sinalização adequada, e muitas vezes, a colaboração com órgãos reguladores e de trânsito. 

Transporte de cargas indivisíveis  

O transporte dessas cargas requer uma autorização especial, conhecida como Autorização Especial de Trânsito (AET), que define uma série de regras, como por exemplo, restrições de horários e itinerários para minimizar impactos no tráfego regular. 

O motorista que desejar transportar cargas indivisíveis ou cargas pesadas e volumosas precisa fazer um curso específico para esse tipo de carga. Esse treinamento visa fornecer conhecimentos especializados sobre os procedimentos, regulamentações e práticas de segurança associadas ao transporte de cargas especiais. Algumas das áreas cobertas por esses cursos incluem: Legislação Específica, Procedimentos de Escolta, Técnicas de Amarração e Fixação e Procedimentos de Emergência. 

Transporte de cargas vivas 

No caso do transporte de cargas vivas, os animais estão sujeitos às regulamentações específicas para garantir o bem-estar, além de atender a conformidade das normas sanitárias. 

As regras variam dependendo do tipo de animal e do propósito do transporte. Entre as categorias estão animais como: gado, equinos, aves, suínos, peixes e outros seres vivos destinados a diferentes propósitos, como produção de alimentos, reprodução, exposições, entre outros. 

Transporte de cargas congeladas 

Já o transporte de cargas congeladas exige veículos refrigerados, geralmente baús ou contêineres, equipados com sistemas de refrigeração para manter temperaturas abaixo de zero. Esse transporte requer um sistema de monitoramento constante da temperatura, assim como embalagens adequadas para preservar os produtos perecíveis. 

Uma programação eficiente e a manutenção preventiva em dia também garantem entregas dentro do prazo estipulado. Dispositivos de backup de energia, seguro específico e medidas de segurança no transporte contribuem para o sucesso da operação. 

Transporte de cargas pesadas 

O transporte de cargas especiais envolve procedimentos específicos, como a obtenção de licenças e autorizações especiais, escolta durante o trajeto, sinalização adequada, e muitas vezes, a colaboração com órgãos reguladores e de trânsito. 

Transporte de cargas perigosas  

As cargas nessa categoria incluem substâncias químicas, inflamáveis, explosivas, radioativas, corrosivas, entre outras. É fundamental realizar esse tipo de transporte de acordo com as normas e regulamentações vigentes, com ênfase na segurança, treinamento adequado dos profissionais envolvidos, veículos apropriados e procedimentos de emergência bem estabelecidos para minimizar riscos. O motorista também precisa ter o curso MOPP, Movimentação de Produtos Perigosos. 

Entre os documentos exigidos para o transporte nessa categoria estão: 

I – Originais do CTPP (Certificado para o Transporte de Produtos Perigosos) ou do CIPP (Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos), conforme aplicável, e do CIV (Certificado de Inspeção Veicular), no caso de transporte a granel, dentro da validade, emitidos pelo Inmetro ou entidade acreditada; 

II – Documento para o transporte de produtos perigosos contendo as informações relativas aos produtos transportados, podendo ser o documento que caracteriza a operação de transporte ou outro documento, desde que estejam de acordo com as Instruções Complementares ao Regulamento; 

III – Declaração do Expedidor, conforme detalhado nas Instruções Complementares a este Regulamento; 

IV – Comprovante de aprovação do condutor do veículo em treinamento específico para condução de veículos de transporte de produtos perigosos. 

Para entender sobre isso, veja o vídeo: 

Transporte de cargas: veículos e automóveis 

Caminhões-cegonha transportam veículos novos, enquanto caminhões de reboque podem transportar veículos avariados. O transporte de automóveis em cegonhas requer uma abordagem especializada. 

Entre elas estão uma amarração segura, essencial para evitar movimentos indesejados, e proteções contra intempéries, como coberturas, para preservar os veículos de condições climáticas adversas. 

Antes do carregamento, realiza-se uma inspeção detalhada dos veículos para garantir sua condição adequada e documentar possíveis danos pré-existentes. A preparação de documentação, incluindo conhecimentos de transporte, é essencial para comprovar a legalidade do transporte e a propriedade dos veículos. 

Licenças e autorizações são necessárias para o transporte interestadual ou internacional, e a empresa de transporte deve possuir o registro adequado. 

Contratar um seguro específico é crucial para cobrir possíveis danos durante o transporte. O agendamento e planejamento logístico cuidadosos garantem a eficiência na entrega. 

Os motoristas também precisam de treinamento para procedimentos específicos de carregamento e descarregamento, priorizando a segurança dos veículos. O cumprimento rigoroso desses requisitos assegura que o transporte de automóveis seja conduzido de forma segura, eficiente e em conformidade com as normas aplicáveis. 

O tanque dos automóveis deve estar cheio ou vazio na hora do transporte?  

Geralmente, não há uma regra em relação ao abastecimento dos veículos a serem transportados em cegonhas. Contudo, existem algumas práticas comuns: 

Tanque Cheio: Garantem a movimentação rápida no local do descarregamento, sem a necessidade de um reabastecimento imediato. 

Tanque Parcialmente Vazio: Contribui para reduzir o peso total dos veículos transportados. O resultado final acaba sendo relevante para questões de eficiência do consumo de combustível do caminhão. 

Muitos motoristas dessa categoria ficam na dúvida se os tanques cheios dos veículos transportados dariam direito a adicional de periculosidade. Entretanto, em 2023, o Congresso definiu que apenas quem carrega combustível como carga, e não dentro de veículos, tem esse adicional. 

Transporte de cargas frágeis  

Para trabalhar nessa categoria é importante contar com embalagem robusta e identificação clara, como “frágil”. A seleção do modo de transporte deve considerar a sensibilidade dos produtos. Instruções detalhadas para o manuseio, treinamento adequado e uso de sistemas de rastreamento são essenciais. 

Contratar seguro de carga é prudente para cobrir danos potenciais. Inspeções prévias asseguram a adequada preparação da carga. O controle de temperatura é crucial para itens sensíveis. Caso seja necessário, verifique os padrões de segurança, minimizando impactos e vibrações. 

É necessário obter licenças especiais para determinados tipos de carga? 

É fundamental que transportadoras e motoristas estejam cientes das regulamentações locais e nacionais para obter as licenças adequadas antes de realizar o transporte de cargas especiais. O não cumprimento dessas regulamentações pode resultar em penalidades, atrasos e problemas legais. 

As autoridades locais, estaduais ou nacionais emitem essas licenças, que variam dependendo da natureza da carga e das regulamentações específicas de cada jurisdição. As categorias de carga que frequentemente exigem licenças são as classificadas como:

Indivisíveis, Perigosas, Controladas (como armamentos), animais vivos, produtos agrícolas, bens culturais e artísticos (obras de arte, antiguidades e itens culturais valiosos podem exigir licenças para garantir sua proteção) e cargas refrigeradas, sensíveis à temperatura. 

Quais são as atitudes para garantir a segurança no transporte de cargas? 

Garantir a segurança no transporte de cargas é uma prioridade essencial para proteger não só as mercadorias, mas também a vida dos motoristas, passageiros e outros usuários das vias. Entre os pontos recomendados estão o respeito às leis de trânsito e ao CTB (Código de Trânsito Brasileiro).

Outra questão de extrema importância é aplicar a Lei do Caminhoneiro (13.103) que estabelece regras para a jornada de trabalho, limitando o tempo de direção contínua e definindo períodos de descanso obrigatório. Ela também determina intervalo de descanso regulares, visando a segurança do motorista e a prevenção de fadiga. 

Vale destacar que o tempo de espera para descarga não pode ser contabilizado como parte da jornada de trabalho. Outra questão da lei é a inclusão do adicional noturno para o trabalho realizado entre as 22h e 5h.

Fazer os cursos específicos de cada carga e atualizações também gera maior segurança nas estradas. Já com relação aos cuidados com roubos ou assaltos, é primordial que não se comente sobre o destino e o que está sendo carregado com pessoas, mesmo conhecidas, nos pátios ou pontos de paradas. Lembre-se de estudar a rota e procurar os pontos mais seguros para estacionar. O rastreamento em tempo real também é válido. 

Não esqueça da manutenção preventiva regular em veículos e equipamentos, das inspeções detalhadas na carga, garantindo que ela esteja adequadamente embalada, amarrada e segura. 

A legislação específica para caminhoneiros pode variar de país para país, e até mesmo dentro de um país, pode haver diferenças nas regulamentações em diferentes estados ou regiões. Sem informações específicas sobre o país a que você está se referindo, fornecerei uma visão geral geralmente aplicável no Brasil. 

Veja alguns pontos da Lei do Caminhoneiro: 

  • Carga horária de trabalho diária: 8 horas com possibilidade de 2 horas extras
  • Descanso obrigatório entre jornadas: 11 horas consecutivas
  • Tempo máximo ao volante: 5h30, após esse período é obrigatória uma parada de, no mínimo, 30 minutos para descanso
  • Descanso semanal: 35 horas – 24h de descanso semanal + 11h do descanso diário

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal, o STF, mudou o entendimento de alguns pontos dessa lei. Clique aqui e entenda tudo que mudou

Além da carga horária, a Lei do Caminhoneiro ainda traz a obrigatoriedade de o motorista fazer um exame toxicológico a cada 30 meses e na renovação da CNH. Você pode entender mais do exame aqui

Por fim, a lei ainda ratifica que existe um valor mínimo que o caminhoneiro autônomo ou à transportadora deve receber pelo serviço de frete. É a ANTT, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, que define esses valores. Clique aqui para acessar a nossa Calculadora de Fretes que mostra esses valores. 

Como funciona a logística do transporte de carga rodoviário? 

A logística do transporte rodoviário envolve etapas. Inicia-se com a identificação da demanda, seguida pelo planejamento de rotas que consideram fatores como distância e tempo de entrega. As mercadorias são então preparadas e embaladas. O transporte acontece por frota própria ou com contratação de transportadoras terceirizadas. 

Após o carregamento dos veículos, inicia-se o transporte, enfrentando possíveis desafios como tráfego, condições climáticas adversas e questões operacionais. O uso de sistemas de rastreamento permite o monitoramento em tempo real da localização e das condições das mercadorias durante o percurso. 

Chegando ao destino, as mercadorias são descarregadas, podendo passar por armazenamento temporário antes de seguir para os destinos finais. O transportador conclui o processo com a entrega das mercadorias aos clientes ou distribuição para outros pontos de venda. 

Essa cadeia logística visa otimizar a movimentação de mercadorias, garantindo eficiência, segurança e cumprimento dos prazos. A avaliação de desempenho é realizada para identificar oportunidades de melhoria contínua. Tecnologias avançadas desempenham um papel vital na modernização e eficiência desse processo. 

Vale relembrar que o transporte rodoviário é responsável pelo deslocamento de 65% das cargas no Brasil. Apesar disso, a qualidade das vias é uma questão. Segundo levantamento da CNT (Confederação Nacional do Transporte), 67,5%, mais da metade, da malha rodoviária pavimentada brasileira apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. 

Com relação ao pavimento: 56,8% da malha apresenta problemas, 43,2% está em condição satisfatória e 0,6% está com o pavimento totalmente destruído. 

Ou seja, um bom planejamento, por parte das transportadoras e dos condutores, é um grande trunfo no transporte de cargas. Afinal, cumprir os prazos de entregas, calcular o frete, os custos com combustíveis e outras despesas, são fatores em que o transportador deve pensar para um melhor rendimento das viagens. 

O que os caminhoneiros precisam saber sobre limites de velocidade?

 Os caminhoneiros devem estar sempre atentos às condições da estrada, à sinalização e aos limites de velocidade específicos para veículos comerciais. Cumprir essas regulamentações é crucial para a segurança nas estradas e para evitar penalidades legais. 

Restrições de peso também influenciam os limites, com caminhões mais pesados frequentemente sujeitos a velocidades reduzidas para a segurança devido ao maior peso e tempo de frenagem. Se existe uma pressão pelo prazo de entrega, então é importante destacar as condições de tráfego. 

Veículos articulados, como bitrens, podem ter limites específicos, considerando sua configuração e comprimento. Em condições climáticas adversas, como chuva, os limites de velocidade podem mudar para preservar a segurança. 

Assim como nos automóveis, o uso responsável de dispositivos eletrônicos é fundamental para garantir a segurança de todos. Por isso, é fundamental evitar distrações ao volante, como o uso de telefones celulares durante a condução. 

Vale destacar que a profissão de caminhoneiro é a sexta mais perigosa do mundo. Quem aponta a questão é a Bureau of Labor Statistics, que calcula a taxa de mortalidade de um trabalho tomando o número de mortes por 100 mil trabalhadores. Outro estudo também mostra que a profissão de caminhoneiro é a segunda que mais mata no Brasil (Ministério dos Transportes). 

Gostou deste conteúdo? Não esqueça de nos seguir no canal do YouTube: Trucão e Toco. Por lá, tiramos várias dúvidas dos estradeiros. Inclusive sobre o Exame Toxicológico.

Conclusão 

Antes de ingressar na profissão de caminhoneiro, existem vários aspectos importantes que você deve considerar. Verifique os requisitos legais para se tornar um motorista de caminhão em sua região, incluindo a obtenção de uma carteira de motorista adequada para veículos comerciais. 

Considere um tempo extra e um investimento maior para realizar um curso de formação de motoristas profissionais. Esteja ciente das condições de trabalho, incluindo longas horas na estrada, tempo longe de casa e a natureza muitas vezes solitária da profissão. Desenvolva um bom conhecimento das rotas, regulamentações de trânsito e restrições de peso e dimensões em diferentes regiões.

Se possível, procure aprofundar o conhecimento na parte mecânica e no gerenciamento financeiro, incluindo custos operacionais, planejamento de rotas eficiente e orçamento pessoal durante períodos fora de serviço. Avalie como a profissão afetará seu equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, considerando o tempo longe de casa e a possibilidade de enfrentar situações estressantes.

Antes de tomar a decisão final, é aconselhável conversar com caminhoneiros experientes, buscar orientação em sindicatos da categoria e pesquisar sobre as empresas que oferecem condições de trabalho adequadas às suas necessidades e expectativas.

 

Por Daniel Santana e Rodrigo Samy

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